Desde setembro de 2022, o Labirinto acolhe a pesquisa “Menstruação e Antropologia: Multiplicando possibilidades para alcançar dignidade”, realizada no âmbito do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica para o Ensino Médio da Unicamp e com apoio do Projeto “Olhos no Futuro: Futuro – a sustentabilidade como promotora do trabalho decente e da infância e juventude”, Programa de Extensão Comunitária vinculado ao Campus Sustentável, da Unicamp.
A pesquisa surgiu da vontade de realizar um projeto coletivo, utilizando a infraestrutura do laboratório para investigar a seguinte questão: como podem os saberes antropológicos produzidos em contexto acadêmico colaborar com avanços sociais sobre dignidade menstrual, em especial junto a jovens? Tal questão foi formulada a partir dos interesses e expertises que circulam no laboratório, em especial o interesse pela menstruação como tema de pesquisa em antropologia e pelas intersecções entre conhecimento acadêmico-científico e divulgação científica e cultural.
Recebemos em nosso laboratório três bolsistas de iniciação científica do ensino médio de diferentes escolas estaduais de Campinas. Juntas, estamos realizando uma pesquisa qualitativa com a proposição de oficinas junto às atividades escolares, com a temática de dignidade menstrual. Trata-se de uma pesquisa de cunho prático que tem como resultado um experimento em divulgação científica e cultural (filme, podcast, website, livro, etc), sendo a produção de tal material realizada em conjunto com os alunos da escola e as bolsistas.
Como primeiro resultado desta pesquisa, temos o prazer de apresentar esta página aqui no blog. Lá você encontrará mais informações sobre o projeto, sobre as bolsistas de PIBIC-EM e também um conjunto de materiais produzidos por elas até o momento. São poemas, músicas e peças gráficas que foram elaboradas durante os primeiros meses do projeto, quando nos dedicamos à uma formação de repertório coletiva sobre o estado da arte das pesquisas em menstruação que possuem relações com o campo da antropologia.
Após selecionar, ler e fichar alguns artigos, as bolsistas realizaram uma atividade que chamamos de “fichamentos artísticos”, com o objetivo de expressar o que aprenderam, sentiram e pensaram a partir dos artigos. Tal exercício foi inspirado em técnicas de pesquisa utilizadas dentro do campo da antropologia, em especial na antropologia das formas expressivas. Acreditamos que este movimento de trazer para a pesquisa outras grafias para além do texto acadêmico formal (como um resumo ou resenha) faz sentido e é necessário quando trabalhamos com menstruação, pois este tema está envolto em vulnerabilidades. Para a formulação destas experiências vividas, apostamos nas artes como forma de dar vazão às sensibilidades.
Convidamos todes a conhecer de perto estas produções sensíveis, emocionantes e impressionantes. Ao longo do ano as próprias bolsistas terão um espaço aqui em nosso blog. Por enquanto, seguimos, pois como nos revela um dos poemas produzidos, “sonhamos com o nosso sangue sendo respeitado”.

Legenda da imagem: Peça gráfica confeccionada por Thaís Bezerra Novais, bolsista PIBIC-EM no projeto “Menstruação e Antropologia: Multiplicando possibilidades para alcançar dignidade”. Créditos da imagem: Thaís Bezerra Novais