É possível fazer uma ciência feminista no Brasil do século XXI?
Na semana passada, se iniciou o 48° encontro anual da ANPOCS (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais), que reúne todo ano diversas pesquisadoras e pesquisadores em antropologia, ciência política, relações internacionais, sociologia, de todo o Brasil. Neste ano, o podcast Mundaréu propôs uma mesa redonda para esse evento.
Com o título “É possível fazer uma ciência feminista no Brasil do século XXI?”, essa mesa discutiu os desafios enfrentados por três pesquisadoras das áreas de Antropologia, Física e Saúde Coletiva que se posicionam abertamente a partir de uma ciência feminista. Seus temas de pesquisa, financiamento, comunicação com o público e hierarquias científicas são o centro dessa conversa. Em diálogo com os estudos sociais da ciência, a categoria “ciência” foi discutida, mas não será tratada pelo seu caráter eminentemente técnico, e sim identificada como uma prática humana, com pressupostos, presenças, histórias e expectativas coletivas e políticas diversas.
A mesa foi composta pela professora Daniela Tonelli Manica, que é antropóloga, coordenadora do Labirinto, co-produtora do Mundaréu, pesquisa temáticas relacionadas a corpo, gênero e tecnociências e é pesquisadora do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor/Unicamp). Também contou com a professora Elaine Reis Brandão, assistente social, com mestrado e doutorado em Saúde Coletiva. Ela investiga fenômenos relativos ao corpo, ao gênero, à saúde e aos saberes biomédicos e é professora associada do Institutos de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IESC-UFRJ/PPGAS-UnB). Soma a mesa, a professora Indianara Silva, com doutorado em Ensino, Filosofia e História das Ciências, que pesquisa História da Física no Século XX, História da Física no Brasil, e História das Mulheres nas Ciências e Tecnologias e é professora no Departamento de Física da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).
Essa mesa foi organizada pela professora Soraya Fleischer, que é antropóloga, professora do Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília (UnB). Também é co-produtora do Mundaréu e pesquisa temas relacionados à saúde, adoecimento e ciência. A professora Carolina Cantarino Rodrigues foi a debatedora. Ela é professora da Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp, bacharel em Sociologia e Ciência Política, mestre em Antropologia Social e Doutora em Ciências Sociais, suas publicações abordam temas sobre ações afirmativas e políticas públicas, políticas da identidade e da diferença, regimes de percepção do tempo e memória, artes, ciências e tecnologias, experimentações metodológicas, biotecnologias e mudanças climáticas.
Legenda da imagem: Arte da ANPOCS. Créditos: ANPOCS.