Menstruação e Antropologia: Multiplicando possibilidades para alcançar dignidade

PRÓLOGO

Silêncio…
Ensurdecedor…
Minha verdade, grita meu corpo,
Meu corpo…Está livre?
Por que?
Por que não posso falar sobre isso? (meu sangue,menstruação)
Esta parte de mim sempre estará oculta?Perseguida?Negada?Amaldiçoada?
Pelos olhos deles,
Quando foi que minha natureza se tornou um objeto de invalidação para eles?
Desde quando eles podem assumir controle?
De meus líquidos,desejos,emoções,ações,palavras,postura,roupas,corpo,alma…

Minha menstruação,negada,determinada,mas não por mim,sentenciada por eles
Me perguntam, por que isso importa para você?
Bom, está em nossos corpos,
São nossos líquidos,
Sinto…Em minha pele,útero
Todos, os meses,
Nós nunca precisamos dos obstáculos e insciência deles,

Eu não preciso protegê-los do meu sangue,
Preciso me proteger desse silêncio,
Incomoda ?
Minha mente desperta,em alerta, consciente, te incomoda?
Meus olhos abertos, te irritam?
Meu corpo livre, te aborrece?
Minha língua afiada, te tira da sua zona de conforto?

Por: Luna Beatriz

Com base no texto: Menstruação e suas representações na mídia: uma análise sobre sangue, tabu e gênero” por Bruna Cristina Boaventura Miranda