O professor hospitalar e a avaliação de suas práticas com crianças e adolescentes com câncer a partir das lentes da educomunicação

O texto aqui apresentado faz parte do trabalho de conclusão de curso na Licenciatura em Educomunicação, na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. Na pesquisa, demostro a importância do ambiente educacional para crianças e adolescentes em tratamento hospitalar, a partir de uma abordagem sociocultural. A pesquisa se concentra em discutir, de forma qualitativa, o uso de práticas educomunicativas nas aulas ministradas nesse contexto. Conclui-se que a assistência hospitalar deve ser vista como um direito fundamental à saúde e à educação, sendo essencial fornecer suporte para que o professores em atendimento educacional hospital possam desempenhar suas funções de maneira responsável e tranquila. É imprescindível que esses profissionais tenham autonomia para adaptar suas atividades às necessidades individuais de cada paciente, levando em consideração suas condições de saúde, idade, ano escolar e conhecimentos prévios. Dessa forma, é possível promover uma educação mais eficaz e garantir o bem-estar dos pacientes. A prática educomunicativa, realizada por esses educadores, é uma ferramenta essencial nos dias de hoje, desde que seja pautada em princípios éticos e na comunicação como meio de transformação no ambiente hospitalar.
O que se apresentou nesta pesquisa é que, apesar de os professores em atendimento educacional hospital da Escola móvel/Aluno Especifico não serem educomunicadores, as atividades das práticas educomunicativas trabalhadas em aulas melhoram o fluxo de comunicação interna e capacitam os estudantes a terem uma visão mais crítica dos meios de comunicação de massa, entendendo melhor a lógica da comunicação e os interesses por trás das informações transmitidas.
Com a implementação de ações educomunicativas, as aulas em ambiente hospitalar para os alunos-pacientes na educação básica tornam-se um diálogo e uma troca de experiências entre esses alunos-paciente e os professores. Nesse cenário, o espaço de comunicação se torna verdadeiramente polifônico, com a participação de várias vozes: alunos, professores, médicos, entre outros personagens que circulam pelo hospital. Dessa forma, as aulas em ambiente hospitalar passam a democratizar não apenas o acesso à informação, mas também as possibilidades de produção de informação, aprendizagem e uma leitura crítica de mundo.

 

Legenda da imagem: Professor da Escola Móvel dá aula de Matemática para aluno- paciente do Graacc. Foto: Marcelo Brandt/G1.